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O bairro do IAPI foi o tópico central do projeto Você que ama o passado e que não vê, idealizado pelo arquiteto Lucas Volpatto e uma equipe multidisciplinar. A iniciativa nasceu a partir da inquietação de uma moradora frente às descaracterizações no bairro, e foi concretizada graças ao Edital de Educação Patrimonial do CAU/RS de 2024.
O projeto busca aproximar a comunidade do conhecimento técnico, promovendo o reconhecimento e valorização do patrimônio local, e celebra o patrimônio arquitetônico da Vila do IAPI, um dos mais antigos conjuntos habitacionais da América Latina. Através do Instituto de Arquitetos do Brasil – Rio Grande do Sul (IAB RS) ,com responsabilidade técnica do Studio1 Arquitetura e apoio do Ministério Público do RS, o projeto oferece conteúdos educativos e interativos para engajar moradores e visitantes na história local, no formato de um guia ilustrado, um mapa do tesouro e uma plataforma digital.
Conheça as ações do projeto
Caça ao Tesouro Arquitetônica
A atividade lúdica incentiva o reconhecimento de elementos históricos e culturais no bairro. A primeira “Caça ao Tesouro”, aconteceu no dia 24 de maio, e percorreu ruas e praças do conjunto residencial, como a Praça Chopin e o Largo Elis Regina, encontrando tesouros da arquitetura e do urbanismo da Vila do IAPI. Os participantes foram guiados por um mapa, que aponta a localização das joias da Vila e um breve histórico de cada uma. O mapa também está disponível na plataforma digital, em formato interativo.
Guia Ilustrado de Intervenções Arquitetônicas
O material técnico e visual orienta de que forma os moradores podem realizar reformas que respeitem as características originais das casas da Vila do IAPI. As orientações abordam intervenções nas residências como, por exemplo, anexos, ares-condicionados, coberturas, revestimentos, vãos, esquadrias e pinturas. Tudo explicado de forma simples e direta, e disponível tanto na versão impressa, quanto na plataforma digital. Clique na imagem abaixo e acesse a versão digital!
Plataforma Digital Interativa
Com seções sobre a história da Vila, os objetivos do projeto e recursos adicionais para aprofundar o conhecimento em preservação patrimonial, a plataforma apresenta um panorama completo sobre a Vila do IAPI, abordando aspectos históricos, arquitetônicos e sociais.
Traz também depoimentos e curiosidades sobre moradores célebres, espaços públicos, equipamentos urbanos e os desafios atuais para preservar sua vitalidade. É uma fonte rica para compreender a relevância urbana e cultural da Vila, hoje reconhecida como Patrimônio Cultural de Porto Alegre.
Vila do IAPI
O IAPI (Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários) foi criado em 1936 pelo governo federal para oferecer aposentadorias e pensões aos trabalhadores do setor industrial, além de financiar projetos habitacionais voltados à classe operária. Um dos principais exemplos desses projetos é o Conjunto Residencial do Passo D’Areia, em Porto Alegre, popularmente conhecido como Vila do IAPI, inaugurado em 1953 por Getúlio Vargas.
A arquitetura da Vila do IAPI é marcada pela diversidade tipológica e pelo planejamento urbano inovador para a época. Projetado por engenheiros do próprio Instituto, o conjunto residencial reúne casas isoladas, geminadas e blocos de apartamentos de até quatro pavimentos, alguns com uso misto, refletindo uma proposta de heterogeneidade e funcionalidade.
A urbanização privilegiou a convivência comunitária, com condomínios abertos, amplos jardins e espaços verdes integrados ao cotidiano dos moradores. Materiais como madeira e telhas de cerâmica foram utilizados para garantir conforto térmico, enquanto o traçado urbano buscava conciliar eficiência e qualidade de vida, integrando habitação, comércio e lazer em um mesmo espaço. A proposta, fundamentada em princípios sociais, técnicos e paisagísticos, tornou-se referência nos estudos de Arquitetura e Urbanismo e base para o reconhecimento da Vila como patrimônio cultural.
Educação Patrimonial e o CAU/RS
O CAU/RS tem como compromisso institucional a valorização e preservação do patrimônio cultural, entendendo a educação patrimonial como uma ferramenta fundamental para esse propósito. Por meio de editais públicos, o Conselho financia publicações, eventos, materiais educativos e ações que promovem a conscientização sobre a importância do patrimônio edificado e da memória coletiva.
O CAU/RS acredita que fortalecer o senso de pertencimento da sociedade e estimular a responsabilidade coletiva são caminhos essenciais para a preservação, além de valorizar a atuação dos arquitetos e urbanistas nesse processo. No contexto do Rio Grande do Sul, essa atuação é ainda mais relevante diante da diversidade e riqueza arquitetônica do estado, sendo parte da missão do Conselho garantir que o patrimônio cultural siga como elemento vivo da identidade local e da construção de cidades mais sustentáveis.
Clique no banner abaixo e confira o Edital de Educação Patrimonial de 2025!
